Você sabe o que é CMDB? A sigla é um acrônimo para Configuration Management Database ou Banco de Dados de Gerenciamento de Configuração. Mas o que isso significa?
Trata-se de um banco de dados que contém todas as informações relevantes sobre os componentes do sistema de informação utilizado em serviços de TI de uma organização e as relações entre esses componentes.
O CMDB oferece uma visão organizada de dados e um meio de analisar as informações a partir de qualquer perspectiva desejada.
Partindo desse princípio, os componentes de um sistema de informação são referidos como itens de configuração, que podem corresponder a qualquer componente de TI concebível, incluindo software, hardware, documentação pessoal ou qualquer combinação entre eles.
Os processos de um banco de dados de gerenciamento de configuração procuram especificar, controlar e rastrear os itens de configuração e todas as mudanças que os envolvem, de uma forma abrangente e sistemática.
Quer saber mais sobre esse assunto? Então, continue lendo este artigo! Além de entender melhor o que é CMDB, você vai conhecer suas características e principais vantagens, além de saber quais são as diferenças entre ITAM e CMDB e como implementar este banco de dados em sua empresa!
O que é CMDB?
Como você pôde perceber, o CMDB funciona como um depósito com informações fundamentais sobre o seu negócio, como a infraestrutura, os equipamentos (ativos e passivos), os sistemas e as aplicações.
No mundo legado, o banco de dados de gerenciamento de configuração (CMDB) é, muitas vezes, visto como um mal necessário.
Projetos de CMDB têm uma reputação bastante negativa e um histórico de longas implementações. Mas um desafio tão grande quanto a implementação é manter essa base de dados constantemente atualizada. Todos estes fatores acabam postergando a implementação do CMDB.
No entanto, é importante ressaltar que, com o CMDB, é possível mapear toda a infraestrutura de TI.
Nesse caso, trata-se de introduzir todos os componentes físicos e não físicos do ambiente de TI para o CMDB como itens de configuração e, em seguida, construir as relações entre cada um dos componentes.
Ao manter o CMDB up-to-date, é possível facilmente ver um mapa completo da rede a partir da perspectiva de um único componente.
Isso torna mais fácil a previsão do impacto de falhas de equipamentos e contribui para construir planos de recuperação de desastres. Também dá para ver o que está em jogo toda vez que um problema é relatado dentro da rede.
Vantagens do CMDB
Se você tem dúvidas sobre a implementação desta base de dados, saiba que ter um CMDB costuma ser o sonho de qualquer gestor de TI.
Afinal, ter a facilidade em acessar uma base de dados sempre que for necessário, com as informações atualizadas sobre toda a infraestrutura de TI da empresa, facilita muito o trabalho dos colaboradores dessa área.
Além disso, ele apresenta diversas outras vantagens, como:
- Promove maior confiabilidade dos sistemas;
- Fornece maior e melhor controle e gestão dos ativos, pois é possível utilizar medidas proativas, preditivas e preventivas;
- Possibilita maior agilidade, já que as análises precisas geram impactos positivos nos hardwares, softwares etc;
- Corrige configurações impróprias que poderiam afetar o desempenho;
- Define e aplica políticas e procedimentos formais relacionados ao monitoramento de status, auditoria e identificação de ativos;
- Promove análises de impactos e procedimentos relacionados a testes e assertividades da documentação dos ativos;
- Melhora e potencializa as análises de riscos;
- Acompanha questões fundamentais para a empresa, como os vencimentos de garantias dos equipamentos;
- Favorece o planejamento tanto em nível detalhado da gestão de ativos quanto em alto nível da arquitetura empresarial;
- Aprimora as práticas de ESM a partir da automação de processos, visibilidade centralizada, promoção da conformidade e suporte a decisões informadas;
- Promove uma visão mais organizada das informações e ferramentas voltadas para uma análise mais eficiente dos dados e auditoria.
Dessa forma, caso um sistema pare de funcionar em um dado momento, por exemplo, a equipe de TI consegue acessar a base de dados e agir para solucionar o problema, auxiliando inclusive a diminuir o down time e as suas consequências negativas.
No entanto, se a área de TI do seu negócio não contar com o CMDB, isso dificilmente aconteceria.
Afinal, em grande parte das empresas que não têm esse depósito de dados o departamento de TI não consegue descobrir rapidamente qual componente, como o hardware ou software, pode ter ocasionado a queda da rede ou de um sistema.
Assim, torna-se ainda mais difícil investigar o problema e encontrar a causa deste tipo de indisponibilidade.
As quatro principais tarefas do Banco de Dados de Gerenciamento da Configuração e a sua importância
De acordo com o padrão de IT Infrastructure Library (ITIL), as quatro principais tarefas de um banco de dados de gerenciamento de configuração são:
- Identificação de itens de configuração a serem incluídos no CMDB;
- Controle de dados de tal forma que eles possam ser alterados somente por pessoas autorizadas;
- Manutenção de status, que consiste em assegurar que o status atual de qualquer item de configuração seja constantemente gravado e mantido atualizado;
- Verificação, por meio de auditorias e revisões dos dados, para garantir que eles estejam corretos.
Quais são as características de um CMDB?
Se você chegou até aqui, já compreendeu o conceito de CMDB, suas vantagens e suas tarefas segundo o ITIL.
Pode ser, no entanto, que você esteja com dúvidas relacionadas a aspectos mais práticos das funcionalidades do CMDB. Confira, então, a lista abaixo, que contém as características essenciais desta base de dados:
- Painéis eficientes: o CMDB oferece painéis que exibem métricas importantes sobre os itens de configuração (ICs), como status, disponibilidade, e conformidade. Esses painéis são essenciais para monitorar e garantir a saúde e integridade dos ativos de TI;
- Funções relacionadas à conformidade: O CMDB inclui funcionalidades para verificar se os ICs estão em conformidade com políticas de segurança, regulamentos e padrões internos da organização, ajudando a garantir que os ativos de TI estejam em compliance e seguros;
- Criação e preenchimento dos dados de ICs: o CMDB permite a criação e a manutenção detalhada dos itens de configuração, capturando informações como versões de software, configurações de hardware, atributos de rede, e outros detalhes específicos de cada IC;
- Suporte para conjuntos de dados federados: o CMDB tem a capacidade de integrar e consolidar dados de múltiplas fontes e sistemas, inclusive normalização e reconciliação de ICs, permitindo uma visão unificada e abrangente dos ativos de TI distribuídos em toda a organização;
- Controle de acesso: é importante gerenciar permissões de acesso aos dados do CMDB, garantindo que apenas usuários autorizados possam visualizar, modificar ou deletar informações;
- Mapeamento de TI: facilita o mapeamento e a visualização das relações e dependências entre os ICs e outros componentes de TI, ajudando na análise de impacto de mudanças, resolução de problemas e planejamento estratégico de TI.
Desafios do CMDB
Você sabia que, por incrível que pareça, é mais difícil manter um CMDB do que comprá-lo ou fazer a sua implementação?
No entanto, não podemos ignorar que é necessário investir esforço, tempo e dinheiro para implementá-lo, mas essa não é a maior dificuldade.
Isso porque os processos que envolvem a sua instalação requerem que os colaboradores consigam seguir à risca os procedimentos que devem ser feitos para que o CMDB continue funcionando.
Dessa forma, o esforço relacionado à sua manutenção precisa ser em conjunto e contínuo.
A conscientização da importância dessa base de dados precisa estar internalizada em todos os colaboradores, pois não adianta adquirir a ferramenta sem ter pessoas para manuseá-las. Afinal, ela sozinha não consegue solucionar os problemas.
Por isso, o primeiro passo para ter um depósito de informações eficiente é disseminar a necessidade de contar com o CMDB.
Essa etapa é fundamental, já que as pessoas costumam ter dificuldade em construir novos hábitos, principalmente quando o assunto é tecnologia.
Isso é comum, não só pelo fato de eles acreditarem que mudanças tecnológicas são de difícil adaptação, como também por causa da resistência em fazer modificações na rotina de trabalho.
Assim, no dia a dia, é comum que os colaboradores acabem ignorando esse processo, ainda que, no início da implantação, todos tenham se animado com a ideia de ter uma base de dados confiável.
Por isso, cabe aos líderes e aos gestores a tarefa de tornar toda a equipe ciente da importância de usar e manter o CMDB.
Qual é a diferença entre CMDB e ITAM?
Como vimos, um CMDB é uma base de dados que armazena informações sobre os ativos de TI, suas configurações e seus relacionamentos.
Já o ITAM (IT Asset Management) é um processo de gerenciamento de todos os ativos de TI de uma empresa, desde sua aquisição até a disposição final. Ele engloba o acompanhamento financeiro, contratual e de inventário dos ativos.
Nesse sentido, é preciso diferenciar o gerenciamento de configuração da gestão de recursos de TI para entender o propósito de cada um dos conceitos.
O ITAM mantém seu foco no ciclo de vida dos ativos, nos aspectos financeiros envolvidos e na manutenção de um inventário, além de outros detalhes relacionados aos hardwares e softwares.
Sendo assim, podemos dizer que ele é complementar ao CMDB, mas nunca um substituto, já que enquanto o CMDB foca-se em como os ativos são configurados e interagem dentro do ambiente de TI, o ITAM gerencia o ciclo de vida e os aspectos financeiros relacionados a esses ativos.
A precisão do CMDB pode ser aprimorada pelos dados de inventário do ITAM, e vice-versa. Ou seja, contar com um CMDB bem estruturado e também com um robusto sistema de ITAM facilita a tomada de decisões e melhora a eficiência operacional.
Como implementar o CMDB na sua empresa?
Para que o CMDB seja inserido de forma eficiente na sua empresa, saiba que a dedicação dos diretores é fundamental.
Afinal, eles devem ser os profissionais mais comprometidos a seguir cada etapa do processo, inclusive promovendo a mudança de cultura no ambiente organizacional.
Isso porque mudanças nem sempre são fáceis, já que podem causar desconfortos, então os gestores devem estimular os demais para facilitar a adaptação.
Também é importante ter em mente que a implementação vai exigir recursos financeiros, por isso é necessário fazer um planejamento prévio envolvendo todas as variáveis possíveis.
Lembre-se ainda de que, durante a implantação, é importante envolver todos os escalões da empresa.
Aliás, mecanismos de controle e adoção de processos também precisam ser implementados, para que assim as mudanças na área de TI sejam controladas e evitem que os colaboradores sofram com retrabalhos.
Ao longo desse processo de instalação, ainda é importante verificar outros três pontos, que são:
- Identificação e relação dos itens de infraestrutura necessários para oferecer os serviços;
- Identificação dos CIs (Configuration Items) tecnológicos;
- Realização de uma definição eficiente do catálogo de serviços da empresa.
Ao longo de todas as etapas, os diretores precisam cumprir todos os protocolos, incentivando os gestores de diferentes níveis hierárquicos a fazerem o mesmo.
Isso é fundamental para que a mudança de hábitos seja feita e estimulada diariamente, tanto em situações cotidianas como em casos mais graves.
É importante lembrar que, por ser uma ferramenta verdadeiramente poderosa, o CMDB contribui para a redução de despesas e controle de itens de configuração e problemas.
Por isso, ele não pode ser considerado apenas mais uma moda no mundo dos negócios. É importante cuidar da implementação e manutenção para que o dinheiro investido nessa mudança tecnológica realmente valha a pena.
Além disso, toda a organização precisa entender que essa não é uma função apenas da área de TI, e sim de toda a empresa.
Isso significa que essa iniciativa deve ser mantida por todos os gestores e colaboradores, além de necessitar da adesão de profissionais da alta hierarquia na organização e da participação dos usuários.
Afinal, por ser um projeto em constante andamento, ele necessita também de constante atenção.
Conclusão
O CMDB precisa ser o único repositório de informações de itens de configuração para a empresa.
Além de informações dos itens de configuração, o banco de dados contém informações sobre as relações e dependências entre os componentes de infraestrutura.
Por isso, o CMDB deve trabalhar em estreita colaboração com os processos de gerenciamento de mudanças, já que as avaliações dos riscos devem levar em consideração todos os relacionamentos e dependências que podem ser afetados por mudanças solicitadas para operações de produção.
Sendo assim, o CMDB é muito importante para a tomada de decisões de TI, permitindo que os usuários identifiquem dependências entre processos, pessoas, aplicações e infraestrutura de TI para encontrar oportunidades de mudança, resolução mais rápida dos incidentes e diminuição de erros.
Até aqui, você entendeu o que é o CMDB, as suas vantagens, desafios e como implementá-lo na sua empresa. Então agora é hora de agir em busca desse objetivo! Precisa de ajuda? Conte com a Desk Manager. Basta entrar em contato com nossa equipe e conhecer nossas soluções personalizadas.