Headless commerce: o que é, benefícios e como aplicar16 min read

Você sabe o que é headless commerce? Se seu negócio trabalha com as vendas online, esta é uma solução que pode fazer toda a diferença.

À medida que o comportamento do cliente evolui e a digitalização torna-se cada vez mais presente na rotina do consumidor, o mercado exige soluções de comércio eletrônico mais flexíveis, adaptáveis e integradas. 

É nesse contexto que o headless commerce ganha destaque, oferecendo uma arquitetura que separa o front-end do back-end e possibilita a criação de experiências personalizadas e otimizadas para cada ponto de contato com o cliente. 

Neste artigo, vamos explicar o conceito de headless commerce e as suas principais aplicações e vantagens, além do passo a passo que você deve seguir para implementá-lo. 

Continue a leitura e tire suas dúvidas.

O que é headless commerce?

A transformação digital, impulsionada pela mudança no comportamento dos consumidores e pela necessidade de integração entre lojas físicas e digitais, tem feito com que muitos negócios reconsiderem a forma como operam no ambiente online. 

É nesse contexto que surge o headless commerce, que podemos definir como uma solução omnichannel robusta e adaptável, capaz de aprimorar muito o universo das vendas online.

Essa arquitetura separa o front-end do back-end, possibilitando que as empresas integrem novas funcionalidades e desenvolvam soluções mais flexíveis e personalizadas, ajustadas ao que o mercado atual exige.

De forma direta, podemos definir o headless commerce como uma arquitetura em que o front-end (interface que o cliente vê e interage) e o back-end (sistema que processa as operações internas) são separados e conectados por APIs. 

Esse tipo de arquitetura torna as operações mais rápidas, otimizadas e prontas para integrar diversos canais de venda, seja em dispositivos móveis, lojas físicas, aplicações web ou plataformas de redes sociais. 

Como a questão da integração entre back-end e front-end pode parecer um pouco complicada, em seguida, vamos entender melhor os componentes que estruturam o headless commerce e como eles trabalham para possibilitar essa integração.

O que é front-end?

O termo “front-end” refere-se à parte do sistema com a qual o cliente final interage diretamente, como a página de um site, uma aplicação ou até mesmo um quiosque digital.

No caso de uma loja online, o front-end inclui toda a interface visual que o usuário acessa, desde a página inicial até as telas de navegação, visualização de produtos, e o carrinho de compras. É aqui que o design, a usabilidade e a experiência do usuário se destacam.

Imagine, por exemplo, uma loja de roupas online. Quando o cliente acessa o site e vê as fotos dos produtos, adiciona itens ao carrinho e finaliza a compra, ele está interagindo com o front-end. 

O front-end é responsável por criar uma experiência agradável, intuitiva e funcional, permitindo que o utilizador encontre facilmente o que procura, com um layout otimizado e respostas rápidas. 

Ou seja, o front-end é o “rosto” da plataforma de e-commerce, sendo importante para manter a satisfação e promover a fidelização do cliente.

O que é back-end?

O back-end, por outro lado, é a “espinha dorsal” de um sistema de e-commerce, responsável pela lógica de negócios, armazenamento de dados e processamento de todas as transações e operações que acontecem por trás do front-end. 

É no back-end que estão as bases de dados, a gestão de inventário, os sistemas de pagamento, o controle de pedidos e a autenticação de usuários.

Voltando ao exemplo da loja de roupas online, o back-end é onde são processados todos os dados, desde o estoque disponível até as informações do cliente, os preços e as promoções. 

Quando o cliente clica em “comprar”, o back-end verifica se o item está disponível, processa o pagamento e organiza a entrega, comunicando com o front-end para que o utilizador receba uma confirmação da compra.

Imagine que, após a efetivação da compra de determinado produto por um cliente, o estoque daquele produto se esgote. Nesse caso, o back-end precisa se comunicar com o front-end para que outros clientes interessados no mesmo produto consigam visualizar que ele está em falta no momento.

Em resumo, enquanto o front-end cuida da interação visual e direta com o cliente, o back-end garante que toda a operação por trás funcione de maneira eficiente e segura, permitindo que a experiência de compra seja completa e integrada.

Entendendo melhor o headless commerce

Com os conceitos de front-end e back-end em mente, podemos entender melhor o que é headless commerce. 

O termo “headless” significa “sem cabeça”, ou seja, o front-end e o back-end atuam como sistemas independentes, mas conectados. 

Em vez de uma arquitetura tradicional, onde o front-end e o back-end são acoplados e dependentes um do outro, no headless commerce eles comunicam-se por meio de APIs (application programming interfaces).

Uma API é como uma ponte entre o front-end e o back-end. É ela que permite que eles troquem informações e comandos. 

No contexto do headless commerce, a API permite que o front-end obtenha as informações necessárias para exibir produtos, preços e outros detalhes ao cliente, enquanto o back-end processa essas informações sem que a interface visual precise estar diretamente ligada ao sistema central. 

Isso permite maior flexibilidade para que uma empresa crie e adapte experiências em diferentes canais, mantendo a integridade e eficiência das operações.

Por que usar o headless commerce?

Optar pelo headless commerce possibilita às empresas desenvolver uma presença omnicanal forte e coesa, adaptando-se aos pontos de contacto que os consumidores escolhem, seja através de um website, de uma aplicação ou de uma plataforma de redes sociais. 

Essa arquitetura flexível permite uma inovação mais ágil, pois o front-end pode ser atualizado ou adaptado sem precisar mudar o back-end. 

Isso é especialmente vantajoso para empresas que buscam integrar novas tecnologias e funcionalidades rapidamente, mantendo-se à frente das tendências e das expectativas dos consumidores.

Enfim, o headless commerce é uma solução robusta que está alinhado às exigências modernas de inovação no setor corporativo, tornando-se uma excelente opção para empresas que desejam oferecer uma experiência de compra personalizada, integrada e fluida, ideal para a dinamicidade do mercado digital.

Nos próximos tópicos, veremos onde essa arquitetura pode ser usada, quais as suas vantagens e como você pode implementá-la de forma eficiente.

Onde a arquitetura headless pode ser usada?

Estamos abordando neste artigo principalmente a utilização da arquitetura headless aplicada ao comércio online. 

No entanto, vale mencionar que ela está ganhando cada vez mais espaço em diversos setores, especialmente em ambientes onde flexibilidade, rapidez e personalização são importantes. 

Desde as plataformas de e-commerce até os aplicativos móveis e sistemas de gestão de conteúdo, o headless permite que negócios de diferentes segmentos se adaptem rapidamente às necessidades iminentes. 

Veja abaixo as principais aplicabilidades do modelo headless. 

E-commerce e lojas online

Como vimos, a aplicação mais comum do headless é no e-commerce. Isso ocorre porque, neste ambiente, a experiência positiva do cliente é fundamental. 

As lojas online precisam de flexibilidade para oferecer uma navegação fluida e visualmente atraente, além de uma jornada de compra simples e intuitiva. 

A arquitetura headless permite que o front-end seja personalizado de acordo com o perfil de cada cliente ou as características de cada produto, sem comprometer a operação do back-end.

Com o headless commerce, as lojas online podem implementar novas funcionalidades e designs no front-end rapidamente, sem a necessidade de interromper o sistema de pedidos e inventário no back-end. 

Essa possibilidade é um grande avanço para e-commerces que operam em múltiplos canais, como um site de vendas próprio, aplicativos, marketplaces, redes sociais, etc. 

Quando essa variedade de canais é oferecida ao cliente, a empresa precisa garantir uma experiência de compra unificada em todos eles e é justamente essa comodidade que o headless commerce oferece. 

Sites de conteúdo e blogs

Para sites de conteúdo e blogs, a arquitetura headless é particularmente vantajosa por conta da agilidade com que é possível distribuir o conteúdo ofertado. 

Através das APIs, os gestores de conteúdo podem publicar e atualizar posts, artigos e outras informações em múltiplos canais, sem restrições impostas pela interface do website.

Por exemplo, uma empresa de mídia que deseja publicar artigos em diferentes plataformas (site, aplicativos móveis, redes sociais, etc.) consegue gerir tudo isso de um só lugar, distribuindo o conteúdo para os diferentes canais com consistência e agilidade. 

No back-end, os gestores podem focar na criação e atualização do conteúdo, enquanto o front-end é adaptado de acordo com as características de cada canal.

Aplicativos móveis e SPAs (single-page applications)

Os aplicativos móveis e SPAs têm crescido em popularidade, sobretudo porque oferecem uma experiência rápida e otimizada. 

A arquitetura headless é uma excelente escolha para esses casos, pois a separação entre front-end e back-end permite que as equipes de desenvolvimento criem aplicações mais responsivas, que se atualizam dinamicamente sem a necessidade de recarregar a página (no caso das SPAs).

Um exemplo prático seria um aplicativo de uma empresa de serviços financeiros. Com uma arquitetura headless, o back-end processa todos os dados e operações financeiras enquanto o front-end é atualizado de acordo com a experiência do usuário. 

Sistemas internos e portais corporativos

Sistemas internos, como portais de gestão, também são grandes beneficiários do headless, já que a arquitetura permite que as empresas personalizem o front-end de acordo com as necessidades dos colaboradores. 

Em vez de ficarem presas a uma interface rígida, as empresas podem desenvolver front-ends específicos que otimizem a produtividade e a experiência de utilização.

Por exemplo, uma empresa de logística pode ter um sistema de back-end robusto que controla toda a operação de armazenamento, entrega e rastreio, enquanto desenvolve front-ends específicos para as equipes de armazém, transporte e atendimento ao cliente.

Isso permite que cada equipe utilize uma interface personalizada, que exibe apenas as informações e funcionalidades relevantes para sua atividade, o que melhora a eficiência geral.

Enfim, citamos aqui alguns dos exemplos mais recorrentes da utilização da arquitetura headless, mas é claro que ela pode ser utilizada em diversas outras aplicações.

Sua flexibilidade permite que as empresas adaptem suas soluções às necessidades específicas dos clientes, dos colaboradores e do mercado, explorando de diferentes formas o potencial de transformar a experiência digital.

Quais são as vantagens do headless commerce?

O headless commerce oferece uma série de benefícios que o tornam uma solução cada vez mais atraente para empresas que precisam se adaptar rapidamente às necessidades dos consumidores e às mudanças do mercado. 

A seguir, você vai conhecer as principais vantagens de usar essa arquitetura. 

Customização

A arquitetura headless permite a criação de interfaces totalmente personalizadas, adaptadas às preferências e necessidades dos clientes ou usuários. 

Com o front-end independente do back-end, você tem total liberdade para desenvolver uma experiência visual e funcional única, que se destaca da concorrência e reforça a identidade da sua marca. 

Flexibilidade

A separação entre front-end e back-end proporciona uma maior flexibilidade para acrescentar, modificar ou substituir componentes de forma independente. 

Isso significa que o design e as funcionalidades do seu site podem evoluir rapidamente, acompanhando as mudanças do mercado ou das preferências dos clientes, sem comprometer a operação e a estabilidade do sistema central de dados e transações.

Escalabilidade

A arquitetura headless é altamente escalável, permitindo que o back-end suporte um número crescente de transações e novos canais de venda. 

Assim, com o headless, o seu sistema pode acomodar o crescimento da base de usuários e a expansão para novos mercados sem sobrecarregar a interface. 

Essa escalabilidade torna o headless ideal para empresas que estão em expansão e precisam manter um desempenho consistente.

Agilidade na implementação de mudanças

Como o front-end e o back-end são independentes, as mudanças na sua interface ou em funcionalidades específicas podem ser implementadas rapidamente. 

O resultado é a redução do tempo de desenvolvimento e implementação de novos recursos, permitindo que a sua empresa responda rapidamente às mudanças do mercado ou feedback dos clientes.

Integração com aplicativos por meio de APIs

Como sabemos, no headless commerce, as APIs funcionam como pontes entre o front-end e o back-end, facilitando a integração, por exemplo, com aplicativos móveis e redes sociais.

Essa integração rápida e simplificada permite que o e-commerce atinja os consumidores justamente nos dispositivos e plataformas que eles preferem.

Centralização da base de dados

Na arquitetura headless, todos os dados de inventário, clientes, vendas e pedidos são armazenados em um único back-end, acessível por qualquer interface front-end. 

Isso cria uma base de dados centralizada e organizada, que permite à sua empresa obter uma visão completa e precisa das operações e dos clientes, o que facilita a tomada de decisões e melhora a gestão operacional.

Otimização do tempo

Como o headless separa o desenvolvimento do front-end e do back-end, as equipas de desenvolvimento podem trabalhar em paralelo, acelerando o tempo de produção. 

Assim, as mudanças na interface ou na experiência do usuário podem ser implementadas rapidamente, sem a necessidade de reestruturar o sistema de back-end. 

Interfaces mais ricas

A arquitetura headless permite a criação de interfaces visualmente mais atraentes e interativas, personalizadas de acordo com as preferências e comportamentos dos usuários. Essa liberdade proporciona uma experiência mais envolvente e intuitiva que contribui para aumentar o tempo de navegação e a satisfação do cliente, favorecendo a fidelização e o aumento das conversões.

Melhor experiência omnichannel

Sem dúvida esta é uma das maiores vantagens do headless commerce, pois ele realmente facilita o oferecimento de uma experiência omnichannel coesa. 

Como o back-end centralizado pode servir a diferentes front-ends, a empresa consegue proporcionar uma experiência integrada em todos os canais, seja na web, em aplicativos móveis, quiosques ou redes sociais, mantendo a consistência nos dados e nas funcionalidades.

Como implementar o headless commerce?

A implementação do headless commerce depende de algumas etapas estratégicas que ajudam a garantir uma transição eficiente. 

Cada passo é essencial para garantir que a estrutura headless atenda às necessidades da empresa e ofereça ao cliente uma experiência aprimorada. 

Vamos ver em seguida quais são esses passos.

Diagnóstico Inicial

O primeiro passo para implementar o headless commerce é realizar um diagnóstico das necessidades e expectativas da sua empresa. 

Isso inclui a identificação de quais são as limitações do sistema atual e os benefícios esperados com a transição para a nova arquitetura. 

É importante envolver as diferentes partes interessadas, como equipes de TI, design, marketing e vendas, para avaliar o impacto da mudança e determinar objetivos claros.

Nessa etapa, algumas perguntas úteis incluem: quais canais de venda a empresa quer atingir? Quais são os principais problemas da arquitetura atual? Qual é o prazo para implementar mudanças e quais recursos estão disponíveis para isso? 

Escolher um CMS headless

Escolher um CMS (content management system) é uma etapa importante, pois o CMS headless permitirá a gestão de conteúdo no back-end enquanto fornece dados para o front-end por meio das APIs. 

Diferente de um CMS tradicional, o CMS headless não está ligado a uma interface específica, o que permite uma maior flexibilidade na distribuição de conteúdo para diferentes plataformas.

A sua escolha deve considerar as necessidades da empresa, o volume de conteúdo, as integrações possíveis e a facilidade de uso do sistema. 

Sincronização do CMS com as APIs

Com o CMS escolhido, o próximo passo é configurar e sincronizar as APIs que vão fazer a ponte entre o back-end e o front-end. 

Nessa etapa, é necessário garantir que as APIs estejam bem documentadas e configuradas para suportar a comunicação entre as diferentes interfaces e o sistema central.

Uma sincronização bem-sucedida é fundamental para garantir que as atualizações de conteúdo sejam rápidas e consistentes em todos os canais.

Desenvolvimento e customização do front-end

Uma das grandes vantagens do headless commerce é a liberdade de desenvolver uma interface de usuário personalizada. 

Depois que o CMS e as APIs estão integrados, a equipe de desenvolvimento pode focar na criação de um front-end que corresponda às expectativas e preferências do cliente. 

O design e a funcionalidade do front-end devem ser orientados para a experiência do usuário, garantindo que a navegação seja rápida e intuitiva. 

Testes e aprimoramentos

Após a customização do front-end e a integração com o back-end, é importante realizar testes abrangentes para verificar a funcionalidade e a consistência da plataforma. 

Esses testes devem avaliar o desempenho do sistema em diferentes dispositivos e navegadores, além de verificar o tempo de carregamento e a segurança.

Os feedbacks recebidos nessa fase ajudam a ajustar o sistema antes de um lançamento mais amplo, garantindo que o cliente final tenha uma experiência positiva desde o início.

Acompanhamento do desempenho e realização de ajustes

Após o lançamento do headless commerce, é importante monitorar de perto o desempenho da plataforma para identificar problemas e oportunidades de melhoria. 

O acompanhamento de métricas como tempo de resposta, taxas de conversão e engajamento em diferentes canais permite o acesso a dados interessantes sobre o impacto da mudança e onde os ajustes são necessários.

Manutenção e atualizações

Uma arquitetura headless requer um planejamento de manutenção e atualizações periódicas para manter o sistema seguro e eficiente. 

Novas funcionalidades podem ser implementadas e melhorias de segurança aplicadas de forma isolada no front-end ou back-end, conforme a necessidade. 

O fato de as duas partes serem independentes permite uma manutenção mais simples e menos sujeita a interrupções.

Enfim, implementar o headless commerce envolve uma série de passos estratégicos que exigem planejamento e integração cuidadosa, além das considerações sobre as especificidades do seu negócio. 

Se você precisa de ajuda para realizar essa implementação, a Desk Manager pode te ajudar. Entre em contato com nossa equipe.