Liderança situacional: o que é, exemplos e como colocar em prática10 min read

Qual é a situação atual da sua gestão em termos de liderança? Ainda que muitas empresas não invistam efetivamente na área, o desenvolvimento desta habilidade é um ponto fundamental para garantir o sucesso e a consolidação dos negócios. E um dos caminhos para alcançar o melhor desempenho é recorrer ao método da liderança situacional.

Diante do acelerado processo de mudanças nos diferentes segmentos de mercado, as empresas precisam contar com lideranças efetivas, porém flexíveis e adaptáveis. 

Por isso, os estudiosos Paul Hersey e Kenneth Blanchard desenvolveram o método da liderança situacional, com base no pressuposto de que um bom líder não deve se limitar a uma única forma de conduzir sua equipe.

Ou seja, a liderança situacional tem a ver com a adaptabilidade dos líderes ao cenário em que a empresa se insere.

Um bom líder também deve conseguir relacionar todas essas informações com o cenário externo e a situação vivenciada pela empresa em cada momento.

Essas ideias fazem sentido para você? Se sua empresa precisa de líderes de alta performance, continue a leitura e tire suas principais dúvidas sobre a liderança situacional.

Teoria da liderança situacional

Antes de entender o que é liderança situacional enquanto método de desenvolvimento de líderes, é preciso compreender a teoria que deu origem a ela.

A teoria da liderança situacional parte do princípio de que não deve haver regras definitivas ou um passo a passo fechado para a formação de um bom líder.

É isso mesmo. O método é baseado na flexibilidade e na adaptabilidade. Ou seja, um bom gestor deve seguir caminhos diferentes dependendo da situação com a qual se depara.

Segundo a teoria da liderança situacional, cenários diferentes requerem posicionamentos diferentes e isso se adequa à dinamicidade percebida no mercado nos últimos anos.

Assim, o líder precisa conhecer a fundo os diferentes perfis de seus colaboradores, quais são suas principais características comportamentais, suas experiências e habilidades.

Essas informações são essenciais para estabelecer um bom método de delegação de tarefas a partir de sua associação com o cenário interno e externo identificado em determinado momento.

E para que o líder conheça bem seus liderados, a teoria da liderança situacional recomenda o incentivo aos feedbacks, com relatos e sugestões, que funcionam como direcionadores.

Portanto, para a teoria da liderança situacional, nenhuma forma de liderança é mais efetiva que a outra, já que tudo vai depender da situação e do momento.

O que é liderança situacional?

Como vimos, a liderança situacional é um método desenvolvido a partir da teoria proposta por Hersey e Blanchard e está focada na capacidade de adaptação do líder.

Os estudiosos detectaram a importância dessa habilidade a partir da compreensão de que as empresas estão sujeitas a diferentes acontecimentos internos e externos, a demandas variadas do próprio time e podem se inserir em diferentes contextos de mercado.

Daí o nome “liderança situacional”. A situação é o que deve determinar os rumos seguidos pelos líderes. 

Isso não significa que o gestor não precise desenvolver diversas habilidades específicas. Pelo contrário, ao invés de aprender sobre um determinado estilo de liderança e segui-lo, ele precisa compreender diversos estilos de liderar e também quais fatores devem determinar a utilização de cada um deles.

Assim, o processo de liderança torna-se mais complexo, mas também mais efetivo, proporcionando uma coesão muito maior entre as ações dos líderes e dos liderados.

A adoção da liderança situacional dá ao gestor as ferramentas adequadas para conduzir sua equipe diante de qualquer contexto econômico vivenciado em seu segmento de atuação.

Ou seja, ao seguir esse método, o líder vai garantir um ótimo desempenho de sua equipe tanto nas situações favoráveis quanto em momentos de crise.

Por isso, o conhecimento sobre as competências técnicas e comportamentais da equipe é fundamental.

Conclusão: nada de fórmulas prontas ou simplificadas, que engessam a atuação do líder.

Estilos de liderança situacional

Os autores da teoria da liderança situacional acreditam que existem quatro estilos de liderança que refletem os níveis de maturidade do método.

Vamos ver quais são eles:

• Liderança de comando: o líder atua de maneira mais ativa, envolvendo-se nas tarefas desenvolvidas, acompanhando de perto a atuação dos colaboradores e utilizando a técnica do microgerenciamento;
• Liderança de treinamento: nesse caso, o papel do líder é oferecer as diretrizes corretas para que a equipe desempenhe as tarefas. Ele deve se reunir periodicamente com os liderados para explicar o sentido de cada ação e como ela deve ser conduzida;
• Liderança de apoio: nesse caso, o líder atua como apoiador e motivador do time, trazendo informações relevantes para o desempenho das tarefas, mas possibilitando que os integrantes da equipe tomem suas próprias decisões;
• Liderança de orientação ou delegação: nesse caso, o líder precisa garantir que o andamento das tarefas esteja sob controle, mas observa a atuação da equipe de forma mais distanciada, já que o time conta com um nível maior de maturidade e consegue agir de forma autônoma.

Os quatro níveis de maturidade da teoria da liderança situacional

Ao entender o que é liderança situacional para aplicá-la à sua empresa, é importante conhecer também os quatro níveis de maturidade propostos na teoria de Hersey e Blanchard. São eles: 

• M1: deve corresponder à liderança de comando, pois os colaboradores ainda não contam com conhecimentos técnicos apurados e não conseguem desempenhar suas tarefas de forma autônoma;
• M2: nesse caso, os componentes da equipe já avançaram em termos de habilidades técnicas para o desempenho das tarefas, conhecendo o propósito de cada uma delas, mas ainda dependem de diretrizes a serem oferecidas pela liderança de treinamento;
• M3: neste nível de maturidade, os componentes da equipe têm os conhecimentos e as habilidades necessários para colocarem suas missões em prática, mas ainda precisam de uma liderança de apoio;
• M4: este é o mais alto nível de maturidade alcançado pela liderança situacional e corresponde às equipes que estão plenamente capacitadas e motivadas para atuar de forma autônoma, necessitando que o líder apenas delegue as tarefas e acompanhe o processo de forma mais distanciada. 

Vantagens da liderança situacional

Como sabemos, a liderança situacional oferece uma abordagem flexível e adaptável para guiar equipes em diversos contextos. 

Nesse sentido, como principais benefícios desta metodologia podemos destacar a coesão entre as ações da equipe e o aumento das chances de atingimento das metas da empresa.

Mas também merecem atenção algumas outras vantagens:

• Comunicação efetiva: a liderança situacional implementada em todas as suas nuances proporcionam uma comunicação clara e aberta, adaptando o estilo de comunicação de acordo com as necessidades e características individuais dos membros da equipe. Isso promove um ambiente de trabalho colaborativo e facilita a troca de informações, ideias e feedbacks entre líder e liderados;
• Redução de conflitos: ao ajustar seu estilo de liderança conforme as demandas que surgem em cada situação, o líder situacional minimiza conflitos interpessoais e garante que as diferenças de opinião sejam abordadas de maneira construtiva, o que culmina em um clima organizacional mais harmonioso e favorece o trabalho em equipe;
• Tomada de decisões seguras: a liderança situacional permite que o líder avalie cuidadosamente cada situação e adapte sua abordagem de acordo com as necessidades individuais da equipe e as demandas da tarefa em questão, levando a uma tomada de decisões mais informadas e assertivas, com base em uma compreensão profunda do contexto e das pessoas envolvidas;
• Delegação eficaz: com a liderança situacional, o líder pode delegar responsabilidades de forma mais eficaz, atribuindo tarefas de acordo com as habilidades, experiências e níveis de prontidão de cada membro da equipe;
• Melhoria da produtividade: ao adaptar seu estilo de liderança para atender às necessidades específicas de cada situação, o líder situacional é capaz de criar um ambiente de trabalho que promove a motivação, o engajamento e a eficiência da equipe.

Liderança situacional: exemplos

Agora que você está a par dos tipos e níveis de liderança situacional, bem como de seus benefícios, vamos dar alguns exemplos para que você consiga implementá-la em seu negócio.

• Ao recrutar uma nova equipe para colocar em prática um projeto inovador, o líder deve acompanhar de perto e orientar passo a passo as ações de seus liderados, utilizando a liderança de comando e tomando decisões centralizadas a serem seguidas por todos;
• Imagine uma equipe em um escritório de consultoria cujos componentes estão familiarizados com as tarefas, mas não com um novo projeto. Nesse caso, o líder deve adotar uma abordagem de treinamento, oferecendo orientação e suporte individualizado para ajudar cada membro da equipe a desenvolver suas habilidades e competências;
• Durante um período de mudança organizacional, como a implementação de um novo sistema de software, o líder atua como um incentivador do engajamento. Ele deve reconhecer as preocupações e resistências da equipe, oferecer suporte emocional e incentivar a colaboração;
• Em uma equipe de desenvolvimento de software com profissionais altamente especializados, o líder deve adotar uma abordagem de delegação. Ele confia nas habilidades e competências individuais dos membros da equipe, atribuindo tarefas de acordo com suas áreas de especialização, fornecendo orientações claras sobre os objetivos e expectativas e permitindo que a equipe trabalhe de forma autônoma para alcançar os resultados desejados.

Como colocar a liderança situacional em prática

Colocar a liderança situacional em prática requer uma abordagem consciente e adaptável por parte do líder. Vamos ver alguns passos essenciais para implementá-la com eficácia:

• Desenvolver habilidades interpessoais e inteligência emocional: um líder eficaz precisa desenvolver habilidades de comunicação, empatia e resolução de conflitos. Investir no aprimoramento das habilidades interpessoais e na inteligência emocional vai ajudá-lo a entender melhor as necessidades e preocupações de sua equipe;
• Analisar cada situação individualmente: é crucial analisar cuidadosamente cada situação antes de tomar decisões sobre o estilo de liderança a ser adotado. O líder deve avaliar os objetivos, desafios e níveis de competência da equipe envolvida para definir a abordagem mais apropriada;
• Escolher a abordagem de acordo com os níveis de maturidade da equipe: a liderança situacional reconhece que diferentes equipes têm diferentes níveis de maturidade e que uma mesma equipe passa por diferentes estágios ao longo de sua jornada;
• Ser flexível e adaptável: os líderes devem estar dispostos a ajustar sua abordagem com base nas circunstâncias e nas necessidades da equipe. Esteja preparado para mudar de curso e adotar um estilo diferente, se necessário, para alcançar os melhores resultados.

Ainda tem dúvidas sobre a aplicação da liderança situacional no contexto do seu negócio? Entre em contato com a Desk Manager e nossa equipe vai te ajudar!