O processo de tomada de decisão é um momento delicado para muitas empresas. Afinal, é o resultado de uma série de escolhas realizadas por líderes, gestores e fundadores que irão impactar no sucesso ou fracasso de um negócio.
Em alguns casos, ainda, é a falta de uma atitude na tomada de decisões que irá levar a organização a um ponto negativo pois, por receio de fazer uma escolha ruim, alguns líderes optam por deixar o assunto de lado.
No entanto, deixar de decidir também é uma decisão e tal atitude, obviamente, pode prejudicar o futuro da organização.
Mas, afinal, como se dá o processo de tomada de decisão? Quais cuidados a empresa deve tomar para fazer escolhas mais acertadas? Essas e outras informações você confere nos próximos tópicos.
O que é tomada de decisão?
A tomada de decisão nada mais é do que um processo de seleção no qual, entre as alternativas disponíveis, o gestor — o profissional responsável ou o grupo de pessoas envolvidas — identifica a melhor e mais inteligente.
No contexto corporativo, todos os dias, milhares de decisões precisam ser tomadas por líderes de organizações e gestores de equipe.
Essas escolhas podem acontecer em diversas fases da administração de uma empresa, como por exemplo:
- Escolha de incentivos aos colaboradores;
- Metas mensais, semestrais e anuais;
- Modelo de atuação da empresa no mercado;
- Estratégias de venda e retenção de clientes;
- Entre outras várias situações.
Por mais que algumas escolhas pareçam inofensivas e básicas, quando falamos em tomadas de decisões nas organizações, todas elas resultarão em consequências que poderão afetar direta ou indiretamente o crescimento do negócio, trarão riscos proporcionais à exposição e, claro, contribuirão para gerar oportunidades.
Nesse contexto, quanto maior for o número de informações, dados e indicadores precisos para embasar as decisões, melhores resultados a empresa terá.
A tomada de decisão por meio de “achismo” ou percepções momentâneas é a receita para o fracasso no meio empresarial.
Afinal, hoje em dia, dificilmente uma organização que não trabalha baseando-se em dados irá conseguir realizar previsões corretas e atingir seus objetivos.
Desse modo, podemos afirmar que um dos maiores erros no andamento da tomada de decisão é fazer uma escolha de forma precipitada.
O uso de dados, nesse contexto, se configura como a etapa primordial que irá reger todo o processo.
Qual é a importância de estabelecer um processo de tomada de decisão assertivo?
A tomada de decisões assertivas é fundamental para o sucesso de uma empresa, pois funciona como um roteiro que orienta toda a operação do negócio.
Decisões bem fundamentadas podem transformar a trajetória de uma empresa, levando-a a prosperar, conquistar e fidelizar mais clientes, promover inovações significativas, alcançar novos mercados e se consolidar como líder em seu segmento.
Em contrapartida, decisões precipitadas ou sem embasamento podem causar sérios danos, como prejuízos financeiros, perda de reputação, ineficiência operacional, queda na produtividade e retrabalho.
Um processo de tomada de decisão organizado e eficiente ajuda a alinhar as ações diárias com os valores e a estratégia de negócios da empresa. Isso garante que cada escolha feita esteja em sintonia com os objetivos de longo prazo da organização.
Além disso, um processo de tomada de decisão ágil e bem fundamentado pode se tornar um diferencial competitivo, permitindo que a empresa se adapte rapidamente às mudanças do mercado e se destaque em relação aos concorrentes.
Uma tomada de decisões assertiva também promove um melhor aproveitamento dos recursos financeiros e humanos disponíveis, contribuindo para a redução de riscos e para uma maior eficiência operacional.
Ao minimizar erros e retrabalhos, a empresa consegue direcionar seus esforços e investimentos para áreas que realmente trazem retorno, aumentando a produtividade e a eficácia das operações.
Além disso, a capacidade de tomada de decisões acertadas ajuda a empresa a se adaptar a novos cenários, fortalecendo sua marca e melhorando a satisfação dos clientes e outros stakeholders.
Por fim, um bom processo de tomada de decisão reflete diretamente na cultura organizacional, incentivando uma postura proativa, colaborativa e orientada para resultados.
Isso não só fortalece a resiliência da empresa frente aos desafios do mercado, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais dinâmico e motivador, onde os colaboradores se sentem engajados e capacitados para contribuir com o crescimento da organização.
Quais são os tipos de tomada de decisões?
Para entender qual é o melhor processo de tomada de decisão para sua empresa, é necessário conhecer os tipos de tomada de decisão que existem, assim como seus prós e contras.
Intuitiva
A decisão intuitiva é aquela que, como o nome sugere, é baseada unicamente na intuição, seja do gestor, líder ou outro profissional responsável.
Quando se trata do mercado empresarial, a tomada de decisão intuitiva é a menos recomendada, pois não há como ser embasada e nem fundamentada.
Dessa forma, as chances da escolha realizada trazer prejuízos para a empresa são grandes.
Racional
Já a tomada de decisão racional é aquela que é planejada e leva em consideração fatores lógicos.
Nesse caso, é comum que haja uma série de alternativas e, considerando as vantagens e desvantagens de cada uma delas, chega-se à mais estratégica ou promissora para o momento.
Baseada em valores
A decisão baseada em valores é muito comum no dia a dia das pessoas. São aquelas escolhas que fazemos embasadas por crenças, culturas e filosofias de vida.
Esse tipo é outro processo de tomada de decisão não totalmente indicado para o ambiente corporativo, a não ser que os valores em questão sejam os valores da própria organização, e não os valores pessoais do profissional responsável pelo processo.
Em empresas que possuem uma cultura organizacional bem elaborada e enraizada, os valores são extremamente importantes. Entretanto, para evitar erros e prejuízos, o mais adequado é que eles sejam associados aos dados e às informações concretas.
Especializada
A tomada de decisão especializada é a que possui a menor chance de dar errado, pois é estabelecida por um profissional especializado na área em questão, que possui conhecimento, experiência e informações essenciais para fazer a escolha mais indicada.
É o caso, por exemplo, da decisão de substituir determinado equipamento com defeito quando não há a possibilidade de consertá-lo e esta impossibilidade é atestada por um profissional que conhece cada componente deste equipamento.
Tomada de decisão colaborativa
Por fim, temos a tomada de decisão colaborativa que, conforme sua nomenclatura, envolve mais de uma pessoa.
Em geral, é comum encontrar esse tipo de processo de escolha nas empresas, sobretudo as que são lideradas por mais de um fundador ou muitos líderes e gestores.
Nesse caso, os mais diversos pontos de vista são levados em consideração para que se chegue à melhor alternativa.
A tomada de decisão deve ser individual ou coletiva?
A resposta para essa pergunta é: depende. A escolha entre a tomada de decisão individual ou coletiva varia conforme a situação, o contexto em que a empresa se encontra, as necessidades específicas envolvidas em cada caso e a natureza da decisão a ser tomada.
Cada abordagem tem seus prós e contras, e é importante avaliar caso a caso qual é a mais adequada para o cenário em questão.
A tomada de decisão individual é frequentemente mais ágil e direta, já que elimina a necessidade de conciliar opiniões divergentes e acelerar o processo de resposta.
Isso pode ser particularmente vantajoso quando o problema necessita de uma solução imediata ou depende de uma opinião especializada, como em situações de crise ou quando um conhecimento técnico específico é necessário.
No entanto, as decisões individuais podem ser limitadas pela perspectiva única do tomador de decisão, o que pode resultar em soluções menos inovadoras ou em uma abordagem que não considera todos os aspectos do problema.
Por outro lado, a tomada de decisão coletiva envolve a participação de várias pessoas, o que proporciona uma visão mais ampla e abrangente do problema.
Essa abordagem pode culminar em soluções mais inovadoras e robustas, já que integra diferentes perspectivas, conhecimentos e experiências.
Contudo, o processo coletivo pode ser mais demorado, envolvendo discussões e negociações que, por vezes, geram conflitos ou paralisam a decisão.
Além disso, o consenso pode levar a compromissos que diluam a eficácia da solução escolhida.
Há ainda a opção da tomada de decisão híbrida, onde o líder ou gestor toma a decisão final, mas antes consulta outras pessoas de interesse e considera os diferentes pontos de vista.
Essa abordagem busca equilibrar a agilidade da decisão individual com a riqueza de insights proporcionada pela decisão coletiva.
A decisão híbrida é particularmente útil quando é importante que os stakeholders sintam-se ouvidos e envolvidos no processo, mas o contexto exige uma liderança firme e clara para garantir a execução.
Em uma mesma empresa, e até mesmo dentro de um único departamento, pode ser necessário recorrer a diferentes tipos de tomada de decisão conforme as necessidades do momento.
Enquanto em algumas situações a agilidade e a especialização da decisão individual podem ser críticas, em outras, o valor das diversas contribuições da equipe torna a decisão coletiva ou híbrida mais vantajosa.
Etapas de um processo de tomada de decisão
Agora que você sabe o que é e qual é a importância das tomadas de decisões, vamos entender quais são as etapas que englobam esses processos, como cada uma ocorre e a sua relevância para uma decisão precisa.
1. Identificação do problema
Esse é o primeiro passo para um processo de tomada de decisão bem estabelecido. Afinal, a solução só acontece quando a empresa tem consciência de quais problemas ou práticas devem passar por aprimoramento, substituição ou descarte.
Para identificar o problema corretamente, é necessário analisar os sintomas que o indicam e diferenciar os problemas reais dos efeitos colaterais ou superficiais.
Essa etapa exige uma análise cuidadosa e objetiva para evitar erros que possam comprometer todo o processo.
Um problema bem identificado é meio caminho andado para a solução, já que, ao definir claramente o desafio, a equipe pode concentrar seus esforços na busca por alternativas relevantes e efetivas.
2. Compreensão do tratamento dado ao problema até o momento
Após identificar o problema, é crucial entender como ele foi tratado até o momento. Essa etapa envolve a revisão de ações e estratégias que já foram implementadas, avaliando sua eficácia e os resultados alcançados.
Esse histórico pode revelar tentativas fracassadas, soluções parciais ou esforços que não foram plenamente explorados.
Analisar o que já foi feito ajuda a evitar a repetição de erros e a reconhecer padrões que podem ser ajustados ou aprimorados.
3. Coleta de informações
A tomada de decisão apoiada em dados é a única garantia que uma organização tem de que irá fazer a melhor escolha possível.
Desse modo, essa é uma etapa primordial que ajudará a diagnosticar a gravidade da situação e uma possível previsão das consequências que determinadas decisões poderão acarretar.
A coleta de informações pode incluir dados internos da empresa, feedbacks de clientes, tendências de mercado, concorrência, e até mesmo insights de especialistas.
É importante assegurar que as informações sejam confiáveis, atualizadas e abrangentes, cobrindo todos os ângulos do problema.
A coleta de informações pode envolver pesquisas qualitativas e quantitativas, entrevistas, análises de relatórios e outros métodos que garantam uma visão completa do cenário.
4. Levantamento de todas as possíveis soluções
Após coletar as informações relevantes, o próximo passo é levantar todas as possíveis soluções para o problema identificado.
Nesta etapa, é importante ser criativo e explorar um amplo leque de alternativas, sem restringir-se apenas às abordagens mais óbvias.
O levantamento de soluções pode incluir brainstorming com a equipe, consulta a especialistas, e até mesmo benchmarking com práticas de outras empresas.
É essencial considerar as vantagens e desvantagens de cada opção, levando em conta o impacto potencial de cada solução nos diferentes aspectos do negócio.
Esta fase visa criar um repertório de possibilidades que servirá de base para a próxima etapa.
5. Escolha da melhor alternativa
A partir da análise das informações colhidas, a empresa será capaz de identificar qual dos caminhos levará ao melhor resultado para o objetivo geral da organização.
Essa etapa requer uma análise criteriosa, ponderando prós e contras, custos, benefícios e riscos associados a cada opção.
A escolha deve alinhar-se com os objetivos estratégicos da empresa e ser viável dentro do contexto operacional e financeiro.
Além disso, é importante considerar o tempo necessário para a implementação da solução e o impacto que ela terá nos diversos stakeholders.
6. Planejamento e execução
Depois que a decisão é tomada, parte-se para a execução das ações planejadas a partir da análise de dados.
O planejamento detalhado deve incluir um cronograma, a definição de recursos necessários, a alocação de responsabilidades e a identificação de possíveis obstáculos.
É fundamental ter um plano de ação claro, com etapas bem definidas e metas mensuráveis, além de manter todos os envolvidos informados e engajados no processo.
7. Monitoramento dos resultados e promoção de ajustes
Por fim, chegamos à fase de análise dos impactos e resultados. Afinal, como falamos, toda decisão trará consequências para a empresa, sejam elas positivas ou não.
Por isso, essa é uma das etapas mais importantes de todo o processo de decisão. Caso a resposta seja positiva, a empresa irá colher os frutos, e se for negativa, ficará como aprendizado para a próxima decisão.
É essencial monitorar os resultados e promover ajustes quando necessário. Essa etapa envolve a avaliação contínua do impacto da decisão, comparando os resultados obtidos com as metas estabelecidas.
Essa etapa também é crucial para o aprendizado organizacional, pois fornece insights sobre o que funcionou bem e o que pode ser melhorado em futuras tomadas de decisão.
A capacidade de ajustar o curso das ações com base no monitoramento contínuo é um diferencial capaz de transformar uma decisão adequada em uma decisão excelente.
Como a análise de dados integra a tomada de decisão?
Quando falamos em tomada de decisão, não nos referimos à ação de resolver o que fazer de qualquer forma, mas sobre adotar uma decisão racional, embasada, inteligente e estratégica que, de fato, irá corresponder ao objetivo da empresa.
Por isso, a análise de dados deve ser o básico em todas as etapas do processo de decisão.
Afinal, são as informações internas e externas que irão confirmar o caminho que a empresa deverá seguir para solucionar determinado problema.
É também por meio dos dados que, após a tomada de decisão, a empresa será capaz de mensurar os impactos e resultados gerados pela escolha.
A chave está na capacidade da empresa de analisar esses dados de maneira eficiente e estratégica.
Quando a empresa utiliza recursos avançados de análise de dados, como indicadores-chave de desempenho (KPIs), business intelligence (BI) e machine learning, ela pode prever tendências, antecipar problemas e identificar oportunidades de inovação que proporcionam a criação de uma vantagem competitiva.
Os KPIs, por exemplo, são métricas que ajudam a monitorar o desempenho da empresa em diferentes áreas. Indicadores como taxa de churn, retorno sobre o investimento (ROI) e satisfação do cliente são fundamentais para avaliar se a empresa está no caminho certo.
Essas métricas oferecem uma visão quantitativa do desempenho, facilitando a identificação de áreas que necessitam de ajustes.
A tecnologia de ponta aplicada à análise de dados, como as ferramentas de BI, permite a visualização de dados em tempo real, facilitando a compreensão de padrões complexos.
Já o machine learning e os diferentes recursos de inteligência artificial ajudam a identificar tendências e comportamentos que podem não ser óbvios à primeira vista.
Exemplo de processo de tomada de decisão
Para ilustrar o processo de tomada de decisão, elaboramos um exemplo prático que contém as sete etapas descritas anteriormente. Vamos falar sobre a decisão de lançar um novo produto.
- Identificação do problema: uma empresa de tecnologia percebeu uma queda nas vendas de seus produtos atuais e identificou a necessidade de lançar um novo produto para revitalizar seu portfólio e atrair novos clientes;
- Compreensão do tratamento dado ao problema: até o momento, a empresa investiu apenas em atualizações de produtos existentes, sem explorar novas oportunidades de mercado;
- Coleta de informações: a empresa realizou uma pesquisa de mercado para entender as necessidades dos clientes, as tendências emergentes e o desempenho dos concorrentes;
- Levantamento de possíveis soluções: a empresa identificou três possíveis abordagens: atualizar um produto existente com novas funcionalidades, desenvolver um produto completamente novo ou investir em parcerias para criar uma linha de produtos colaborativos;
- Escolha da melhor alternativa: a empresa decidiu desenvolver um produto novo que atendesse a demanda crescente por tecnologia sustentável;
- Planejamento e execução: a empresa estabeleceu um plano de ação, definindo prazos, orçamento, equipe de desenvolvimento e estratégias de marketing para o lançamento do novo produto;
- Monitoramento dos resultados e promoção de ajustes: após o lançamento, a empresa monitorou as vendas, feedbacks dos clientes e o impacto no mercado.
Esse exemplo demonstra como uma tomada de decisões fundamentada pode guiar as empresas em direção a soluções eficazes e estratégicas, aumentando as chances de sucesso nas decisões empresariais. Se você ainda não integrou a tecnologia ao seu processo de tomada de decisão, conte com o apoio da Desk Manager. Clique aqui para conhecer nossa plataforma ESM.